A Faculdade é muito mais do que o sítio onde apenas tens aulas. É o local onde aprendes não só o que vem nos livros, mas a questionar o mundo e tudo que te rodeia. É um período único. Único porque tens toda a liberdade de pensar, agir, discutir, perguntar. É certo que queres tirar o curso, talvez boas notas, um ou outro copo… mas se não for aqui que aprendes a reconhecer o que achas que está mal, a intervir, a organizar a tua intervenção, não será mais tarde com a pressão deste ou daquele que manda no serviço ou no país, com a família e tudo o resto que vais adquirir o hábito de estar a par do que se passa e agir.
É certo e sabido que, na faculdade como no mundo, se não procurarmos activamente a informação que permitirá uma intervenção consciente, não só não percebemos o que se passa à nossa volta, como deixamos que tudo seja decidido por outros e não por nós. Podemos pensar a cada momento que é mais fácil assim, ou que não temos tempo, que o curso já nos dá chatices suficientes, que tal ou tal mudança não são assim tão importantes.
No ano lectivo de 2006/2007 muitos foram os desafios colocados aos estudantes, desde a implementação do célebre processo Bolonha até ao pouco divulgado Regime Jurídico para as Instituições do Ensino Superior (RJIES), demonstrando que é necessária a nossa união em causas de interesse comum.
Em ambos os casos, ficou claro que as instituições responsáveis, faculdade e governo, queriam manter-nos desinformados, inviabilizando uma discussão e participação séria. Nestas coisas, a informação é dada apenas quando nos dizem que já não é possível voltar atrás e, para diminuir as hipóteses de oposição, nunca está directamente disponível para todos.
Apesar de não termos conseguido obter tudo aquilo porque nos batemos conseguimos fazer ouvir a nossa voz, interessámo-nos, interviemos, mostrámos que, com o nosso empenho e trabalho é possível uma outra Escola, mais democrática em que os Estudantes efectivamente contribuem/participam e de uma forma positiva.
Já em plena época de exames e ainda imersos na reestruturação curricular, caiu-nos em cima o RJIES. Apesar dos esforços, pouca foi a mobilização dos alunos, e a Lei foi aprovada, apesar dos protestos. Ainda assim, mantivemo-nos informados e procurámos informar.
Foram estas lutas que nos aproximaram e permitiram a formação deste movimento. Porque sabemos que juntos temos mais força, não podemos parar por aqui. Contamos contigo. Quer seja para organizar debates, projectar filmes, passear ou fazer festas, distribuir panfletos, colar cartazes e escrever textos, sobre a faculdade, sobre o mundo.. Queremos intervir, ouvir e ser ouvidos e usar todos os meios ao nosso alcance para o fazer. E para isso precisamos de pessoas. Precisamos de ti, que achas que a faculdade é muito mais do que um local de passagem e pode ser vivida e não apenas uma rotina conformada.
Somos estudantes e por isso importa-nos muito a Escola, mas somos antes de tudo pessoas interessadas no Mundo que temos à nossa volta. E se ele é sempre composto de mudança, “troquemos-lhe as voltas, que ainda o dia é uma criança”!
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